A história do Clitóris
Porque sabemos tão pouco a respeito desse órgão incrível com a função exclusiva de dar prazer? A medicina sempre foi estudada por homens, e a resposta já está ai: uma sociedade patriarcal machista tem medo da mulher dona do seu próprio corpo e prazer.
Os primeiros relatos que se conhece sobre o clitóris surgiram com Hipócrates na segunda metade do século V a.c. Ele acreditava que a Mulher precisava de estímulos no clitóris para engravidar e que ela também secretava sêmen.
Em 1559 o anatomista Matteo Realdo Colombo, também conhecido como Renaldus Columbus revela a nova descoberta com muita paixão: “É um órgão lindo e muito útil. Amor Veneris”. E exalta a potência do órgão.
Porém na mesma época, seu mestre André Vesálio, considerado “pai da anatomia moderna” descreve os órgãos reprodutores femininos, e faz com que as descobertas de Colombo sejam ignoradas pela história.
Mais de cem anos depois, o anatomista Regnier de Graaf acreditava ser a primeira pessoa a descobrir o clitóris, trazendo a teoria de que a mulher precisaria de estímulos no clitóris para engravidar, assim como Hipócrates.
Na mesma época, o descobrimento foi reivindicado por Gabriele Falloppio, em obra publicada dois anos após o seu livro. Logo depois, Caspar Bartholin, descartou ambas atribuições, alegando que o clitóris era conhecido pelos anatomistas desde o século II a.C. Mas não temos certeza desses registros. Só sabemos que o clitóris cai novamente no esquecimento da ciência.
Em 1844, o alemão Georg Kobelt desenha o clitóris com tantos detalhes que ainda são usados como referência até hoje. Confira abaixo.
Ainda não temos certeza a respeito de quem “descobriu” o clitóris antes de Realdo Colombo, mas sabemos que foi ignorado por séculos pelo simples fato de a sociedade e a ciência verem a mulher como procriadora.
Em 1900, o livro Grey’s Anatomy, considerada a bíblia da medicina revela desenhos e alguns detalhes do clitóris, porém eliminam das publicações a partir de 1948.
Somente a partir de 1998 que a urologista Dra Hellen O’Connel ao se dar conta de que não haviam informações sobre a completude do corpo do clitóris (ao contrário do pênis como páginas detalhadas), ela desvenda pra medicina moderna, estudos riquíssimos sobre esse órgão incrível e há séculos ignorado.
E a partir dai, temos em 2005 a primeira ressonância magnética do clitóris pela Dra O’Connel.
Em 2008 a primeira ecografia do clitóris realizada por Odile Buisson e Pierre Fòldes na França, que logo depois em 2010, os mesmo franceses fizeram a Ecografia do clitóris durante a penetração.
Apenas em 2016 tivemos acesso ao primeiro clitóris 3D, popularizado por impressoras pelo mundo todo.
Mas esse modelo acima não corresponde a realidade. Veja abaixo uma ressonância colorida com mais detalhes.
E em 2020, Jessica Ann Pin divulga seus trabalhos apresentando a secção do corpo do clitóris, e ainda temos muito a descobrir. Apoie o Meu Clitóris Minhas Regras para continuarmos desvendando os mistérios desse órgão fantástico e poderoso.
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